sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Da Poesia Para a Prosa

Era um dia triste

Triste era e já não volta
Mas tudo porém pode no passado ficar
O meu peito dolorido não quis o retorno
E a minha voz se negando de nesse dia falar.

E eu te imaginei de novo
No segundo após
E de novo
No segundo antes
E te quis antes, durante e após.

Que triste a vida assim...
Olhar pro céu e ver
Que já não é aquele céu que nos cobriu
Olhar pra terra e ver
Que as multidões mudaram
Olhar pra vida e nela
Não ver vida.
Olhar pro olhar
Sem olhar brilhando
Olhar por você e não te ver.

Perceber, apenas perceber
Que nada houve,
Que nada restou,
Ninguém para abraçar,
Ninguém para sorrir,
Ninguém para amar...

Que triste a vida assim...

Jandir Luis Hermes



Solidão (dissertativo)

Há tempos em nossas vidas em que a tristeza pode nos perturbar, sem menos esperar somos importunizados por dores sentimentais que nos fazem sofrer. Quando nos afastamos ou perdemos alguém especial, seja por motivo de desilusões das paixões e do amor, por estranhamentos de nossas emoções, ou até mesmo por perdas e separações que levam pessoas queridas a outras dimensões da vida; sentimos nas profundezas da alma uma tristonha sensação que parece irreparável.
Estranhamos tudo que está a nossa volta, como diz a poesia: "Que triste a vida assim..." E já ouvi uma música que diz: "Tudo em minha volta é triste..." Parece que não encontramos motivos para alegrias, tentamos arrancar forças no lugares mais perplexos: no fundo do baú, na linha do horizonte ou no centro de nossos corações.
A vida assim perde a graça, o encanto, a beleza, o bailado e o colorido. Viver assim é sem vida, porque parte da vida se foi.
Enfim, o vazio que sentimos e a dura realidade percebida por encarar um novo mundo, sem coragem por não vivermos da mesma maneira de antes, com as mesmas pessoas que nos fizeram felizes, nos deixa solitários e tristes.

Patrícia Bedin Bergozza

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